Os
vereadores da situação, José Silva dos Santos (PSC), José
Jaeckson dos Santos Coelho (PT), Carlito Feliciano de
Cerqueira (PDT) e Valdoberto Martins dos Santos (PSB), se
reuniram no inicio da noite de quarta-feira (28) e decidiram
radicalizar suas posições com referencia a dois projetos
enviados pelo executivos e, segundo eles, estão sendo
criados obstáculos por parte do presidente da Câmara,
vereador Arismário Gomes (PTB), de serem colocados na pauta
de votação. De forma unânime, os quatro vereadores estão
determinados a permanecer na sede da Câmara, manter vigília
e permanecer na casa, a partir de segunda-feira (02), caso
não seja colocado em pauta os projetos que autoriza o
executivo firmar convênios com ministérios, secretarias,
empresas públicas, sociedades de economia mista, autarquias,
fundações e demais entidades da administração direta ou
indireta da União, do Estado da Bahia, organizações não
governamentais e entidades de idêntica natureza na esfera
internacional, que não dependam de autorização do Governo da
União e do Senado Federal e o que cria o plano de carreira
dos servidores.

Eles
tomaram esta decisão depois que foi colocado em pauta na
sessão de segunda-feira (26) e foi rejeitado por quatro
votos a três o Projeto de Lei nº 552/2012 de autoria do
vereador Arismário Gomes, que autorizava ao prefeito
Municipal assinar convênios com o Ministério da Educação,
Ministério da Integração Nacional, Secretaria de
Desenvolvimento Social e Combate a Pobreza, por meio da
Coordenação de defesa Civil (CORDEC), Companhia de
Engenharia Ambiental e Recursos Hídricos da Bahia- CERB,
Companhia de Desenvolvimento e Ação Regional – CAR e o
Departamento de Infra Estrutura de Transportes – DERBA, com
o objetivo de favorecer ao município condições de obter
recursos para atendimento a população no combate aos efeitos
da seca e aquisição de um ônibus escolar do programa caminho
da escola.

Segundo
o Beto, como é conhecido o
Valdoberto Martins dos Santos,
líder do governo na Câmara, o município tem 27 anos de
emancipado e em nenhum momento na sua história um projeto
deste porte foi apresentado por um vereador autorizando o
executivo a assinar convênio, pois, em sua opinião, é
competência do prefeito este tipo de projeto.
Ele lembrou também que nos anos de 2009, 2010 e 2011, foram
encaminhados a Câmara projetos de igual teor com validade
por um ano e todos, sem exceção, afirmou o vereador, foram
aprovados sem emenda ou substituição. “Porque exatamente
este ano de eleição o presidente da Câmara criou toda esta
situação. De duas, uma: ou presidente esta de olho na
eleição, pois dizem que pretende ser candidato a prefeito ou
quer atrapalhar Dr. Nei assinar convênio que vem ajudar as
comunidades e contribuir para a melhoria da qualidade de
vida das pessoas”, falou Beto.
Ao justificar seu voto contrário ao projeto de autoria de
Arismário Gomes, Beto disse que, desde seu primeiro ano de
mandato sempre votou com os projetos do prefeito, pois
acredita na sua capacidade e não vai entrar no jogo político
do presidente, que quer se aparecer de forma que a palavra
dele é sempre a verdadeira e quem o conhece sabe do seu
prestigio.
Quanto à alegação do presidente da Câmara, que não colocou o
Projeto encaminhado pelo prefeito com objetivos semelhantes,
pelo fato de que o mesmo se encontra na Comissão de Justiça
da Câmara sendo analisados e destacados os aspectos de
constitucionalidade, devido à forma em que foi apresentado,
Beto, que é um dos membros da comissão, disse que isto é
“conversa”, pois nunca se cumpriu o regimento interno da
casa e que Arismário não tem moral, para apresentar esta
justificativa.

O
vereador petista José Jaeckson dos Santos Coelho, “Quero”,
confirmou a decisão anunciada por Beto e também permanecerá
nas dependências da Câmara até que os dois projetos sejam
colocados em pauta. “Se os projetos não estiveram na pauta,
faremos um requerimento para que sejam incluídos e cremos
que, caso sejam colocados, eles serão aprovados, pois os
nossos colegas, mesmo sendo da bancada da oposição, Luis
Romeu Oliveira Mascarenhas e Dermeval Carvalho Oliveira,
garantiram em plenário que votam a favor e não forem
colocados em pauta, vamos nos manter o tempo que for
necessário aqui dentro da câmara, pois quem está sofrendo
com esta situação é povo”, disse o parlamentar petista.
Vereador de segundo mandato, Quero entende que estar
existindo uma perseguição por parte do presidente da Câmara
e lembrou que no exercido 2005/2008, fazia parte da base de
oposição e todos os anos tramitava um projeto desta natureza
e ele aprovava por entender que agilizava os convênios que
contribuía para o desenvolvimento do município.

Na
opinião do vereador José Silva, o que está existindo por
parte do chefe do executivo é falta de respeito para com a
comunidade, pois o projeto do executivo foi enviado em
dezembro de 2011 e muitos são os convênios que estão apenas
aguardando esta aprovação para serem assinados, a exemplo de
sistema de abastecimento d’água, aquisição de 400 horas de
trator para limpeza das barragens, construção de quadras
poliesportivas e o município vivenciando para decepção das
pessoas que pensam o melhor para Capela, uma política
mesquinha de medir forças. “Só quem está perdendo muito com
esta mesquinhez é o povo”, externou o socialista cristão.
Zé Silva destacou também a importância das pessoas
prejudicadas, em especial aquelas que estão sofrendo com a
estiagem e os servidores públicos, cujo plano já foi enviado
pelo prefeito a Câmara, compareçam na sessão segunda-feira,
pois a bancada da situação não está para “brincadeira” e vão
usar de todos os meios legais para que estes projetos sejam
colocados em votação, mesmo sabendo, conforme deixou claro
na última sessão, que o presidente Arismário Gomes não age
sob pressão. “Nós não estamos fazendo pressão. Nós queremos
que o município avance, pois está travado com este
comportamento do vereador Arismário”, concluiu.

O
vereador
Carlito Feliciano, que reside na zona rural,
demonstrando muita angustia com a situação que está vivendo
o município, disse ao CN que o presidente da Câmara está
agindo desta maneira, porque não sabe com estão vivendo as
pessoas neste período de estiagem, não tendo nem água para
beber, os animais estão passando fome e sede, recorrem a
Prefeitura e pouco tem condições de fazer, pois tudo que vem
realizando é com recursos próprios, apesar de decretado
estado de emergência, as ações para chegar ao município
estão travadas por causa deste impasse na Câmara. “De
sofrimento de gente, o presidente da Câmara não entende,
pois quando foi prefeito chegou a atrasar oito meses de
salários dos funcionários e deixou o mandato devendo dois
meses de subsídios dos vereadores, inclusive a mim”,
desabafou.
Tão logo terminou a sessão do dia 26, o prefeito Claudinei
Xavier Novato (PCdoB), postou no facebook que iria ingressar
com um Mandado de Segurança, solicitando à Justiça que
determine que o Presidente da Câmara dos Vereadores cumpra a
Lei Orgânica e o regimento interno e coloque o projeto de
combate a seca em votação na próxima sessão, que acontecerá
segunda-feira (02), quando também os vereadores da situação
ameaçam permanecer aquartelado até que os projetos sejam
votados.
Ainda segundo o prefeito, os municipios que fazem limite com
Capela do Alto Alegre a exemplo de Gavião e Pintadas, também
em estado caótico com a estiagem já receberam recursos e
estão com maquinas em ação e a única que Capela possui está
com defeito.
Através de e-mail enviado ao CN, o presidente da Câmara,
Arismário Gomes, disse que o caminho legal de quem se acha
prejudicado é o Judiciário e não vê qualquer problema de o
Prefeito buscar o seu intento através de um Mandato de
Segurança, se por acaso obter sucesso, caso contrário será
obrigado a aceitar a verdade dos fatos e da lei e, segundo
ele, esclarecidos os fatos sem qualquer distorção da
verdade, reafirmou o pensamento de Adlai Stevenson onde diz
que: “Se meus inimigos pararem de dizer mentiras a meu
respeito, eu paro de dizer verdades a respeito deles.”
concluiu.